terça-feira, 8 de novembro de 2011

Dor latente

Ao final de cada bocejo
sinto os olhos razos d'água
com o balançar de um joelho
na espera involuntária

Desvio meus pensamentos
vagando na mesma òrbita
fixação mórbida
gritos contra o vento

Não esperar do que se espera
o não querer tão pequeno ao que é querido
reter a represa da ansiedade
ornamentar minha saudade
e o que se sente...
é dor latente

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ventos


Passou pelos campos
se encheu de perfume
foi ao mais alto cume
e vazou pelos cantos

levou pétalas e pólen
até o trevo da sorte
e de quebra o chapel
varreu toda a calçada
fez caracol de fumaça
pintou de cinza o céu

secou a roupa estendida
pipas pairando a bailar
deixou a moça despida
caravela sumindo no mar.

Carregou cidades
fez a dor pedir passagem
extinguiu o fôlego da vida
ainda traz o oxigênio
o calor se faz efêmero
vezes vento...vezes brisa...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Resquícios do meu eu

Quero me esconder no anonimato
E me apresentar como novo
Dispersarei minhas obras
para que assim me encontre em outros olhares

Já saturado do breu
Em finas camadas
Com folhas lavradas
De resquícios do meu eu

Talvez altivo, Compulsivo
Visivelmente incompreendido
Na incansável busca da existência
Germinar-se no peito do meu amor
Como um ilustre pensador
Cumprir em mim exigências...

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A rede

Linhas que se cruzam
pontos que se encontram...
no acalento do sutil balanço
onde abandono meu corpo ao descanso
de dois extremo tiro o meu sustento
desfalecendo nos mesmos movimentos

Lugares desfiados
fazem o entrelaçado com cuidado
sacia em dose a sede
no balançar da rede.

Aquecimento Global

Vi o mar lavar as ruas
animais morrer no asfalto
vidas tomadas de assalto
natureza minguante como a lua


Mãos cortando e plantando
devastação que doe em mim
uns chorando e outros lucrando
e agora o fim que está por vim


Com o tapete esconde o lixo
agora tudo está em risco
vivendo um dia anormal
tufão, tsunami e até catrina
Palmares, Barreros e Santa Catarina
bem vindos ao aquecimento global. 

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Superfície

Perco o ar no deslize
na superfície macia
bem preso me sinto livre
largado a fantasia

Galopa meu devaneio
na dispersa do receio
um balé tão primitivo
que tem o ápice bem despido

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A Estrada


Caminhei ao seu longo
Contemplei tudo pronto
Lebrei dos passos no barro
Corpo franzino, cansado

Hoje você é progresso
Bem firme, pavimentado
Consumação do sucesso
Fantasma do meu passado

Ruas e passarelas
Semáforos e até vielas
Toda via asfaltada
Trechos que lembram fatos
Carros que cortam o espaço
Na rotina da estrada

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A seguir...



Um dia nublado

guarda-chuvas armados

será que chove ou não?

na pressa do fugitivo

no dia introspectivo

na neblina da ilusão



Driblando obstáculo

tão incerto, cinza armado

o frio vem como um gatilho

no bater de cada cílio



Tudo se move com o vento

em um balé de movimentos

lixos que pairam e segue a esmo

Passos bem calculados

sem o tempo como aliado

manhã ou tarde é tudo o mesmo

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A meia luz


A procura de pontos, de expor o explícito
de encontrar vias para perdição
ao perder os sentidos em sussurros e gemidos
no trabalhar de quatro mãos

cada detalhe é infinito
e o tudo as vezes tão pouco
a meia luz oculta os loucos
e revela o melhor do conflito

em superfície lavada
unhas nas costas cravadas
bocas em mero deguste
nada parece esforço
viril e suave o corpo
com marcas de dentes que surgem

incêndio que os consomem
corpos padecem de fome
efêmero em satisfação
fugaz e sutis movimentos
decanta o que foi no momento
o cume de toda emoção

terça-feira, 30 de agosto de 2011

...



Chegou sutil
encaixou todas as cenas
uma a uma vi centenas
do meu querer fez desafio

Aguçou meu imaginário
almejando reviver
os dias tão contáveis
e impossíveis de esquecer

Despertar


Acordar para um sonho
ao despertar de um pesadelo
dias vazios, tristonhos
em mim se fez segredo

Não fui além do que quis
fadado ao fracasso
clausurado em mim
só dores no espaço

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Folhas


No início era um ponto
desproporcional ao que havia
mas ganhou formas em dias
ficou verde e pronto!

Amarelou com o tempo
alimentou as lagartas
se dispersou com o vento
virou cinzas e fumaça.

sábado, 27 de agosto de 2011

Com passos e rodopios


















Com passos e rodopios
Infinita em cena
satura todo vazio
faz valer a pena

Difere a repetição
exprime a satisfação
doce e serena
os brilhos caem no chão
no ressoar da canção
a dor se faz pequena

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Margens

Corri sem sair do lugar
Cai sobre o meu sustento
De joelhos sem os flexionar
As margens de algum alento

...Preso na liberdade
Amordaçado à multidão
Tão simplória vaidade
Arredio o coração

Uma escuridão que encandeia
Tão cego ao que vir
Tantos conflitos em minha paz
Corre gelado o sangue na veia
Que até granizo expelir
Só a plena dor me satisfaz.

Seguindo a melodia

Foi numa manhã
inquietas árvores
expandindo flores
nascia a primavera

Seguindo a melodia
fim do eco de um cantar
de longe me invadia
estonteado a procurar

Lírico o canto
no encanto pude avistar uma bela, linda fera no íntimo instinto
no final da selva, num jardim extenso pairava um lenço branco
que voou dos seus lindos cabelos
uma linda inspiração
me joguei do meu cavalo
peguei o antes de ir ao chão
me apaixonei, trvavou minhas palavras, meu jeito, o meu olhar
falei não vá! suba em meu cavalo
conheça um mundo de emoção
óh! Princesa do meu coração
com seus lábios carmim, vestido de setim
vem ser a rosa no meu jardim
desfaz a solidão
é só dizer...sim!